Agro brasileiro projeta expansão global e reforça estratégia de acesso a mercados internacionais

O fortalecimento da presença do agronegócio brasileiro no mercado internacional foi o eixo central do Encontro Nacional do Agro e dos Adidos Agrícolas, que reuniu autoridades, especialistas e representantes do setor produtivo para alinhar estratégias de expansão das exportações. O evento foi encerrado com avaliações positivas e a percepção de que o Brasil vive um novo momento de projeção global no fornecimento de alimentos, energia e soluções sustentáveis.

Durante o encontro, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Jorge Viana, destacou o crescimento da atratividade do país para o capital estrangeiro e a ampliação do acesso a mercados internacionais. Segundo ele, os investimentos estrangeiros diretos alcançaram patamares expressivos e, desde 2023, mais de 400 novos mercados foram abertos para produtos brasileiros, criando condições concretas para a ampliação das exportações do agronegócio.

Na avaliação de Viana, o desempenho recente reflete um ciclo de fortalecimento da imagem do Brasil no exterior, sustentado por uma atuação coordenada entre governo, setor privado e representantes brasileiros em outros países. Para o presidente da ApexBrasil, essa articulação tem permitido ao país ampliar sua participação no comércio global, gerar empregos, contribuir para a segurança alimentar e avançar em pautas como transição energética, redução do desmatamento e enfrentamento de desafios sociais.

O encontro foi organizado pela ApexBrasil em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, com participação do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A programação reuniu adidos agrícolas, entidades setoriais e representantes de escritórios internacionais, promovendo debates técnicos, painéis regionais e alinhamento estratégico.

A especialista em agronegócios da ApexBrasil, Deborah Rossoni, ressaltou que o encontro cumpriu um papel fundamental ao aproximar os adidos agrícolas das entidades representativas do setor produtivo. Segundo ela, o diálogo direto permite identificar interesses específicos, barreiras tarifárias, oportunidades comerciais e desafios regulatórios em cada país. Esse processo de escuta e pesquisa detalhada contribui para orientar ações mais eficazes de promoção comercial e abertura de mercados.

Os adidos agrícolas exercem uma função estratégica nesse contexto. Atuando no exterior, eles são responsáveis por abrir, manter e ampliar mercados para o agronegócio brasileiro, além de identificar oportunidades de comércio, investimentos e cooperação. Também mantêm interlocução com governos, empresas, formadores de opinião, imprensa e academia, ampliando a visibilidade e a credibilidade dos produtos nacionais.

Um dos destaques da programação foi o anúncio do estudo “Agro Brasil 50”, apresentado pelo embaixador especial da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura para o cooperativismo, Roberto Rodrigues. O levantamento pretende mapear, até 2050, quais países produzirão determinados alimentos e como se organizarão as rotas globais de comércio. A proposta é antecipar tendências e orientar estratégias de longo prazo, posicionando o Brasil como referência mundial em agricultura tropical sustentável.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o avanço do setor depende da manutenção de relações diplomáticas sólidas e da cooperação internacional. Para ele, a atuação da ApexBrasil, especialmente por meio de seus escritórios no exterior, fortalece a presença do agro brasileiro em mercados estratégicos e amplia oportunidades para produtores de diferentes regiões do país.

Outro anúncio relevante foi feito pela presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Silvia Massruhá, que confirmou a criação do Centro Internacional de Referência em Agrofloresta e Agricultura Tropical. A iniciativa reforça o posicionamento do Brasil como potência agroambiental e reconhece a responsabilidade do país na promoção da segurança alimentar global aliada à sustentabilidade.

Com ampla participação institucional e técnica, o encontro consolidou a percepção de que o agronegócio brasileiro avança de forma estruturada no cenário internacional. A combinação entre diplomacia ativa, inteligência comercial, inovação tecnológica e articulação público-privada desponta como base para um novo ciclo de crescimento das exportações e de fortalecimento do Brasil como protagonista no comércio global de alimentos.

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